“CONSCIÊNCIA MORAL” PARTE III
Murah Rannier Peixoto Vaz
Seguindo os passos do apóstolo Paulo, os Santos Padres nos primeiros séculos produziram alguns escritos que confirmam esta teoria. Um deles, a Didaquê, já é encontrado o termo “syneidesis”. Podemos encontrá-lo também em escritos de São Clemente Romano, Santo Ignácio de Antioquia e também nos Apologistas gregos século II, São Justino e Teófílo Antioqueno.
Já no século I antes de Cristo, o termo “consciência” era de uso comum, a palavra “syneidesis” se difundiu no período helênico, e na literatura latina, a “consciência” se encontrava já em Cícero e Sêneca. Se bem que nesse autores não havia ainda uma precisão conceitual, pois significa ao mesmo tempo o “conhecimento dos valores” ou o “juizo moral”. É São Paulo quem faz a síntese e elaboração do conceito teológico da consciência.
Estes fatores permitiram que seu emprego se generalizasse, e assim passasse ao léxico cristão como um termo em uso, mas em um contexto novo e enriquecido. Porém, segundo Ph. Delhaye: “Nos equivocaríamos se acreditássemos que uma e outra (syneidesis e consciência) designam sempre nos Padres o que nós chamamos hoje de consciência.
A consciência: É uma faculdade insita no homem; É uma presença de Deus no interior do homem; Julga inexoravelmente nossa conduta; É o juiz e guia pelos quais Deus fala; É a lei escrita na natureza; Não é uma testemunha muda, pois “exorta e acusa, anima e corrige etc.
O ensinamento dos Padres sobre a consciência é extensa e está já teologicamente desenvolvida. Através de uma simples análise do ensinamento patrístico é possível elaborar a doutrina sobre a consciência moral. Em vista das discussões que hoje suscitam, convém ressaltar algumas conclusões:
a) A importância da consciência, como arbítrio da conduta pessoal de cada homem e onde se percebe o bem e o mal moral.
b) consciência e norma - os Padres destacam que a consciência deve estar vigilante frente aos imperativos, não só da lei natural, senão dos demais conceitos divinos. Assim justificavam os Padres o fato de que Deus tenha dado a seu Povo o Decálago.
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