domingo, 22 de abril de 2012

Organização e luta garantem permanência de família na terra



Após vinte e cinco dias de intensas mobilizações, contra a tentativa do banco Itaú de expulsar família camponesa de sua terra, o juiz Antenor Eustáquio Borges Assunção, cancelou o leilão da propriedade do casal Elvira Cândida de Jesus e João Batista Pereira. O Judiciário de Catalão (GO) anulou o leilão, por considerar que o preço pelo qual a propriedade foi arrematada foi de apenas 35% do valor de mercado. Com a decisão, os quatro manifestantes que seguiam há cinco dias sem comer, interromperam o jejum.

O Movimento Camponês Popular (MCP) vai aguardar o desdobramento final do processo e continuar pressionando para que o Itaú apresente o valor atualizado da dívida, respeitando a resolução 4.028 do Banco Central, sobre a repactuação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Isso revela a falta de compromissos de um banco que teve, ano passado, o maior lucro da história do país, mais de 13 bilhões de reais.

Para o MCP, ganhar essa luta é de fundamental importância, principalmente porque temos no país cerca de 800 mil famílias camponesas que não conseguem pagar dívidas do Pronaf.  É notável que as políticas públicas de crédito não são suficientes para garantir renda. Enquanto isso, o apoio ao agronegócio tem sido, nos últimos anos, incondicional. “O cancelamento do leilão foi motivo de muita comemoração e demonstrou que com organização e luta é possível se fazer justiça em nosso país”, ressalta o coordenador do MCP, Altacir Bunde.

O caso sensibilizou professores e alunos, inclusive o reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira Brasil, e o diretor do Campus de Catalão, Manoel Chaves Rodrigues, se solidarizaram com a situação. Bem como religiosos, religiosas, sindicatos, outros movimentos e organizações sociais. Foram de grande importância para o desfecho positivo, a contribuição do deputado estadual e coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás, Mauro Rubem (PT GO), e da deputada federal por Goiás, Marina Sant´anna (PT).  

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