terça-feira, 1 de novembro de 2011

SÍNTESE DO TEXTO “CONSCIÊNCIA MORAL”

“CONSCIÊNCIA MORAL” PARTE I
Murah Rannier Peixoto Vaz
Há atualmente uma revalorização da consciência moral. Tema que sempre mereceu destaque na doutrina moral cristã. Segundo o conceito de consciência se afirma que é a “norma subjetiva próxima do atuar”. ou seja, na ação concreta, o “bem” e o “mal” moral, ao final se decide na intimidade da reta consciência.
Alguns dos aspectos que influenciam essa revalorização são: 1- A abertura de nossa cultura pelo respeito à liberdade das consciências, consequência da valorização da pessoa humana e sua dignidade, bem como de sua inviolabilidade jurídicamente reconhecida; 2 -A centralidade do reto personalismo. Base antropológica sobre a que se assenta a reflexão moral; 3 -A autonomia e teonomia, isto é, o homem alcança seu pleno sentido na consciência aberta ao chamado de Deus; 4 - O reconhecimento da Igreja de que “a pessoa, não pode ser forçada a atuar contra a sua consciência, e nem mesmo impedir que atue segundo ela, principalmente em matéria religiosa.” (cf. DH, 3)
Podemos, de uma forma breve, dizer que, segundo o Vaticano II, se a pessoa humana é sujeito e objeto da teologia moral, o centro da pessoa é preciso ser situado na consciência.
Para iniciar nosso percusso pelo texto, perguntamo-nos o que seria a consciência moral? Em resumo, segundo João Paulo II, “A consciência é uma espécie de sentido moral que nos leva a discernir o que está bem e o que está mal...” (RP, 26). Também é possível dizer que ela age como uma bússola que emite conselhos, orienta a ação e indica-nos o melhor caminho. Ou então, uma voz interior que age como um juiz, aprovando ou reprovando nossos atos, por vezes, gerando sentimentos de culpa e arrependimento.
CONTESTAÇÕES À CONSCIENCIA MORAL:
Porém, algumas correntes de pensamento insistem em dar outra explicação sobre a consciência moral. O diálogo com estas ideologias não é fácil, mas respondem à eles as experiências pessoais profundas já expostas que são muito convincentes e difíceis de negar.
Entre vários outros, Nietzche, ao referir-se à consciência moral, a acusou de “terrível enfermidade” e de perversão dos instintos humanos, motivo pelo qual se deveria eliminá-la. Também Unanumo afirmou que em ocasiões parece acusar à consciência de originar falsos sentimentos de culpabilidade.
Diversos pensadores ao interpretarem a consciência moral apenas como uma exigência da religião se empenham em negar a consciência moral para alistar-se ao voluntarismo. Mas aos que a negam, quem sabe o fazem porque não tiveram a coragem de superar-se moralmente para adquiri-la? A eles pode referir-se o insulto de Nietzsche: “Toda nossa consciência contêm erros”.
Esses erros e insuficiências doutrinais procedem de dois âmbitos bem afins: Um deles é a negação da possibilidade da ética. Outra série de erros procedem do campo da antropologia, onde uma concepção materialista do homem ou redução a um elemento da vida social, aplicarão estes erros à consciência. Há uma necessidade dos sacerdotes terem em conta esta situação em sua ação pastoral.
Para mostrar a existência da consciência moral há algumas pistas racionais, que podemos reduzir a quatro:
1 - a experiência primária e elementar
A consciência pessoal-individual é uma das experiências originárias comum a todos e da qual é impossível esquivar-se. Ela avalia nossos atos, anima e corrige, aprova e condena, louva e vitupera cada um dos nossos atos, sejam dignos de aprovação ou de reprovação. É nela que temos de imediato a sensação de satisfação ou o desagrado que naturalmente surge em nós diante de nossos atos.
É algo inato, não introduzido ou absorvido no ambiente em que se vive. A consciência é o próprio Eu refletido no seu atuar.
2 - a consciência deriva da natureza do ser espiritual.
A consciência representa a operação primeira do espírito: a auto-refexão. No refletir do sujeito ele descobre que existe, ou seja, adquire a consciência de si no ato de pensar. Distinguem-se três níveis de reflexão: A) consciência sensitiva. B) A reflexão sobre o atuar, ou seja, o pensar sobre o ato praticado e C) A capacidade de atestar a consciência moral, ou seja, o juízo interior que não lhe deixa entregue simplesmente aos seus instintos.
3 - A crença universal na consciência individual
Como outra prova da existência da consciência podemos nos basear na experiência universal que tem o homem em todas as culturas a respeito do sentido do pecado e da necessidade de arrepender-se e de obter o perdão, ou seja, de obter uma purificação de seus maus atos.
4 - A consciência patrimônio de todas as religiões
Por fim, também no âmbito religioso, todos os povos e culturas reconhecem que Deus pôs no homem uma faculdade para que este possa discernir o bem e o mal.

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