terça-feira, 15 de maio de 2012

PSEUDO-IDEIAS I

Murah Rannier Peixoto Vaz

De algum tempo para cá, tenho notado algumas fotos muito tendenciosas, que visam minar o conteúdo daqueles que defendem a vida. Baseadas em conceitos rasos, mas em vista de influenciar a população, vem sendo divulgadas nas mídias sociais. Infelizmente, muitos sem ao menos refletir, compartilham e enviam essas ideias adiante.

Vejamos uma dessas imagens:

 

De fato, enquanto o espermatozóide não fecunda o óvulo não se trata de uma pessoa, mas de dois gametas - gameta masculino e gameta feminino- ou seja, pertencentes a duas pessoas diferentes. Todavia, a partir do momento em que ocorre a fecundação, isto é, o encontro do espermatozóide e do óvulo, onde o espermatozóide despeja dentro do óvulo o seu conteúdo genético, acontece uma reação química automática. A partir de então, não há mais dois gametas de outras pessoas, ali já há um novo indivíduo, um nova pessoa com características próprias e DNA exclusivo, diferente de qualquer outro indivíduo já existente. Alí já há a vida humana, no seu estágio inicial, é óbvio, mas um ser humano adulto em potência. Infelizmente esse tipo de foto tem a tendência de promover equívocos. Precisamos estar atentos, pois, senão, acabamos, sem nem perceber, apoiando um pensamento contrário a vida, que é a atual cultura da morte e da pseudo-liberdade autônoma e sem limites.

Outra grande questão é a comparação de outros seres com o ser humano como se pudessem ser equiparados. Há uma grande distinção entre o ser humano, um animal e um vegetal. A dignidade humana se sobrepõe a desses outros, pois o homem é um animal racional, consciente de sua existência e capaz de refletir sobre ela.

Também há a contradição de mostrar uma fruta e dizer que ela não é uma árvore. De fato, a fruta não é, mas a semente que está dentro dela sim. Pode deixar, eu explico... Esse é um conceito filosófico aristotélico. Para Aristóteles, a semente já é a árvore em potência, pois nela já há todos os germens necessários para seu desenvolvimento. Só é necessário que ela, lançada na terra, receba água, sol e tempo, assim, será uma árvore adulta em ato, frondosa e repleta de frutos. O mesmo ocorre com o embrião humano, ou seja, o zigoto, resultante do encontro do espermatozóide e do óvulo, um novo indivíduo humano único e que só necessita de TEMPO e NUTRIÇÃO para se tornar um ser humano adulto em ato.

terça-feira, 1 de maio de 2012

DE 94 PRA CÁ DOMINGO & FÓRMULA I NÃO SÃO MAIS OS MESMOS

Murah Rannier Peixoto Vaz





Ainda lembro bem daquele fatídico dia 1º de maio de 1994. Era uma manhã fria, com céu nublado. As janelas de casa estavam fechadas por causa do frio, deitado no sofá e curtindo o escurinho, eu estava na sala assistindo a corrida.


A semana tinha sido tensa. Nos treinos para o grand prix morreu o piloto Roland Ratzemberg e, no domingo, de modo inesperado e repentino, ao fazer a curva Tamburello, ocorreu a saída de pista da Willians azul e branca de Senna e, consequentemente, a forte pancada do carro no muro de contenção.

Aqueles que estavam falando se calaram. A tensão tomou conta. O Brasil inteiro parou... silêncio total. Logo veio o veredicto.... Senna havia morrido por um traumatismo craniano.


Nesse dia, o almoço de domingo perdeu seu tempero, ficou sem graça! Fórmula I jamais foi a mesma!!!


terça-feira, 24 de abril de 2012

OS HOMENS E AS COISAS



Ter defeitos não é o maior defeito.

O maior defeito é não tentar corrigir o que pode ser corrigido.

Já encontrei, na vida, homens e mulheres assim:

HOMENS-PORTA: não sabem cumprir sua obrigação sem ranger.

HOMENS-ÁRVORE: dão galho por qualquer motivo.

HOMENS-RIO: quando saem do leito causam encrenca.

HOMENS- PAPEL: só servem para embrulhar, complicando o que é simples.

HOMENS-VASSOURA: só andam onde há lixo.

HOMENS-ESPELHO: só vêem a si mesmos.

HOMENS-ROMANCE: vivem fora da realidade. Lembram as telenovelas brasileiras.

HOMENS-BORBOLETA: revoam de flor em flor.

HOMENS- POSTO DE GASOLINA: vivem enchendo.

HOMENS-CARROÇA: quanto mais vazios, mais barulho fazem.

HOMENS-BALÃO: muito inchados, mas só de vento e superficialmente.

HOMENS-TREPADEIRA: agarram-se aos outros para subir na vida.

HOMENS-BATERIA: cautela, não encoste neles, pode dar faísca, incêndio.

HOMENS- GUARDA DE TRÂNSITO: só funcionam quando postos na rua.

HOMENS-VÍTIMA: só encontram felicidade quando ficamos com pena deles.

HOMENS-GUITARRA MODERNA: falam e gritam com todo o volume aberto.


Afortunadamente, existe também um outro tipo de homens e mulheres.

HOMENS-CIRINEU: ajudam o próximo a carregar a sua cruz.

HOMENS-ALEGRIA: por onde passam, semeiam bondade e amor.

HOMENS- ESPERANÇA: acreditam nos homens e num Mundo melhor.

HOMENS-COMUNIDADE: trabalham e lutam de mãos dadas com seus irmãos.

HOMENS-ORAÇÃO: rezam e dão o melhor de si mesmos, sem fazer publicidade.

HOMENS-PONTE: ligam as duas margens, o tempo e a eternidade.

HOMENS-PERFUME: plantam flores e benemerências, ao longo dos seus caminhos.

HOMENS- VÉU DE VERÔNICA: enxugam lágrimas e confortam corações aflitos, atribulados.

HOMENS-CÁLICES DE REDENÇÃO: transportam Cristo e seu evangelho, no gesto humilde de quem está a serviço e reconhece ser apenas instrumento. Nada mais.


Publicado anteriormente no Jornal Cristo Ativado

domingo, 22 de abril de 2012

Organização e luta garantem permanência de família na terra



Após vinte e cinco dias de intensas mobilizações, contra a tentativa do banco Itaú de expulsar família camponesa de sua terra, o juiz Antenor Eustáquio Borges Assunção, cancelou o leilão da propriedade do casal Elvira Cândida de Jesus e João Batista Pereira. O Judiciário de Catalão (GO) anulou o leilão, por considerar que o preço pelo qual a propriedade foi arrematada foi de apenas 35% do valor de mercado. Com a decisão, os quatro manifestantes que seguiam há cinco dias sem comer, interromperam o jejum.

O Movimento Camponês Popular (MCP) vai aguardar o desdobramento final do processo e continuar pressionando para que o Itaú apresente o valor atualizado da dívida, respeitando a resolução 4.028 do Banco Central, sobre a repactuação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Isso revela a falta de compromissos de um banco que teve, ano passado, o maior lucro da história do país, mais de 13 bilhões de reais.

Para o MCP, ganhar essa luta é de fundamental importância, principalmente porque temos no país cerca de 800 mil famílias camponesas que não conseguem pagar dívidas do Pronaf.  É notável que as políticas públicas de crédito não são suficientes para garantir renda. Enquanto isso, o apoio ao agronegócio tem sido, nos últimos anos, incondicional. “O cancelamento do leilão foi motivo de muita comemoração e demonstrou que com organização e luta é possível se fazer justiça em nosso país”, ressalta o coordenador do MCP, Altacir Bunde.

O caso sensibilizou professores e alunos, inclusive o reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira Brasil, e o diretor do Campus de Catalão, Manoel Chaves Rodrigues, se solidarizaram com a situação. Bem como religiosos, religiosas, sindicatos, outros movimentos e organizações sociais. Foram de grande importância para o desfecho positivo, a contribuição do deputado estadual e coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás, Mauro Rubem (PT GO), e da deputada federal por Goiás, Marina Sant´anna (PT).  

segunda-feira, 16 de abril de 2012

COMEÇA JEJUM, por tempo indeterminado, contra o Banco Itaú e o Judiciário em Catalão




Após fracasso da reunião realizada na última quinta-feira (12), no qual o banco Itaú rejeitou acordo para pagamento da dívida dos camponeses Elvira Cândida de Jesus Pereira e João Batista Pereira e manteve a ordem de despejo contra a família. Elvira Cândida, que mora e trabalha com a família, em uma pequena propriedade rural no município de Catalão, no sudeste goiano, iniciou jejum.


A reunião foi mediada pelo Ministério Público Federal e contou com participação de representantes do banco Itaú, o casal de camponeses e representantes do Movimento Camponês Popular (MCP).  Durante a reunião, o banco propôs o pagamento de vinte mil reais, reconhecendo assim o absurdo do valor que está sendo cobrado na justiça de oitenta mil reais. Mas, vinculou o recebimento da dívida à homologação do leilão e ao despejo da família da propriedade, o que foi rechaçado pelos camponeses que lutam para permanecer na terra. Diante disso, ficou claro o objetivo do Itaú que não é receber a dívida, mas expropriar a família que está disposta a pagar a dívida junto ao banco e busca garantir seu direito de permanecer na terra.


Diante de tamanha insensibilidade social por parte do Itaú e da Justiça, a senhora Elvira Cândida decidiu entrar em processo de jejum, por tempo indeterminado, e está disposta a dar sua vida para defender seu local de moradia e de seus quatro filhos e um genro, bem como sua única fonte de sobrevivência. Em solidariedade à família, o camponês e membro da direção do MCP, Ronaldo Rodrigues da Costa, também entrou em jejum para conclamar por justiça.


A senhora Elvira Cândida de Jesus mesmo sabendo que o povo brasileiro, de longe, considera o poder judiciário, o mais injusto, o mais antidemocrático, o mais corporativo, o mais servil aos interesses dos ricos, como vem ocorrendo no caso do Itaú, ainda mantém esperança no cancelamento do leilão. Especialmente porque quando foi feito o financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), seu João deu como garantia a penhora de animais e a hipoteca da terra, mas, estranhamente, o Judiciário de Catalão em vez de executar a penhora, que seria uma forma menos agravante, leiloou a terra, por menos da metade de seu valor e, agora, quer despejar a família que não tem para onde ir.


Diante de tantas tentativas, sem sucesso, para solucionar o problema e garantir sua única fonte de moradia e de sobrevivência, a senhora Elvira Cândida de Jesus entrou em jejum para exigir que:


1)    O Banco Itaú peça, imediatamente, o cancelamento do Leilão.


2)    O Judiciário de Catalão cancele o leilão de sua terra.


3)    O Ministério da Justiça, dado ao clima de medo instalado na região após a violência da Polícia Militar de Goiás e as ameaças sofridas por várias pessoas, intervenha para garantir a segurança das pessoas que estão sendo ameaçadas.


4)    O Governo Federal - que até agora mesmo tendo conhecimento do caso, através do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), nada fez - intervenha junto ao banco Itaú para que o mesmo apresente o valor atualizado da dívida, baseada na resolução 4.028 do Banco Central, que permite a repactuação de dívidas. Além disso, como na propriedade há investimento do Governo Federal, do Minha Casa Minha Vida, através do Programa Nacional Habitação Rural (PNHR) e que não consta nos autos do processo de leilão da terra.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

SEGUNDO DIA DE VIOLÊNCIA CONTRA MANIFESTANTES EM CATALÃO


A Polícia Militar de Goiás continua com ação violenta contra manifestantes em Catalão. A truculência teve início ontem (10) durante marcha e panfletaço pela cidade para denunciar a tentativa do banco Itaú em despejar os camponeses Elvira Cândida de Jesus Pereira, seu esposo, João Batista Pereira, seus três filhos e o genro. A mobilização em prol dos camponeses e contra a brutalidade da polícia segue hoje e está sendo repreendida pela PM, também de forma excessiva. Em protesto, neste momento, a agência do Itaú foi ocupada por cerca de 300 pessoas.

A polícia e o homem que comprou, em leilão, a propriedade da família camponesa ameaçam quem participa da mobilização. O caos tomou as ruas da cidade. Alunos e professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), campus Catalão, são perseguidos pela polícia. Seguem as agressões também aos militantes do Movimento Camponês Popular (MCP) e de outros movimentos. Para o MCP, a brutalidade da ação é sinal claro que a PM em Goiás está sem comando.

O coordenador do MCP, Altacir Bunde, ressalta que “a ordem aqui em Goiás é bater continência ao Cachoeira e bater cassetete no povo”. Ainda hoje haverá reunião e negociação com o banco Itaú para evitar o despejo da família camponesa. O MCP espera que o banco bilionário se sensibilize com a situação da família, bem como com o desencadeamento da ação violenta da PM.



Violência da PM goiana

A ação da polícia teve início quando, durante discurso, do professor de geografia da UFG, Gabriel de Melo Neto, houve crítica ao envolvimento de políticos goianos com o esquema de jogos e propinas, revelados pela operação Monte Carlo, e a relação evidente de Carlinhos Cachoeira com políticos do estado. Gravações amadoras mostram agressões a manifestantes e revelam que o povo não agrediu a PM, como divulgado em alguns meios de comunicação. Cassetetes, cachorros, ameaças, tentativas de asfixia, golpes na cabeça são a tônica de repressão utilizada pela polícia.

O professor Gabriel foi ameaçado de morte e está sob os cuidados de uma equipe de manifestantes. Após o início das agressões, o professor foi ao Ministério Público, onde foi atendido pelo promotor Mário Henrique Caixeta e seguia para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. Durante o percurso foi informado que o policial Hudson o aguardava no IML, dizendo a todos “Eu vou encontrar o Gabriel nem que seja no inferno”. As ameaças também partiram do policial Martins e de outros que ainda não foram reconhecidos. O professor Gabriel alerta “é de conhecimento de todos daqui da cidade que o policial Hudson presta serviços como segurança particular do deputado Jardel Sebba”.

Taíza Kézia de Melo, conhecida como Pará, do movimento estudantil, grávida de seis meses foi agredida ontem e hospitalizada na Santa Casa de Catalão. O camponês Alan Kardec, gravemente ferido, na cabeça, também foi hospitalizado e está se recuperando. Idosos também foram agredidos.

Dois estudantes do curso de geografia foram detidos ao tentar dialogar com a PM, são eles: Marcelo Rosa e Paulo Mota. Foi realizado boletim de ocorrência das agressões. Os manifestantes agredidos não fizeram exame de corpo de delito, porque médicos de Catalão se recusaram a realizar o exame. O promotor Mário Henrique Caixeta tirou fotos das vítimas. Os médicos temem represálias da polícia militar e preferiram não se envolver no caso.



Apoio

As Comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás e da Câmara dos Deputados, em Brasília, foram acionadas ontem e acompanham o caso. Durante reunião, em Brasília, com o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Carlos Ferreira, também foi reportada os excessos da polícia militar de Goiás. Os deputados federais Domingos Dutra e Marina Sant´anna e o deputado estadual Mauro Rubem se mobilizaram para evitar o agravamento da situação. Será solicitada a realização de audiência pública no município sobre as violações de direitos humanos cometidas por policiais.

A população de Catalão, assustada com a polícia militar, apoia os manifestantes. Cada vez mais pessoas ligadas a sindicatos, igrejas, movimentos sociais, diretório acadêmico e demais organizações aderem à causa. Com o apoio do MCP, os manifestantes agredidos estão tomando as medidas junto ao Ministério Público e outros órgãos para que os abusos cometidos pela polícia sejam investigados, apurados e as providências cabíveis sejam tomadas.

Os manifestantes não vão se calar diante de uma série de injustiças que está ocorrendo em torno do caso. O acampamento na comunidade Ribeirão, na propriedade do casal João e Elvira segue montado para evitar a ação de despejo da família e mobilizações pelas ruas da cidade serão intensificadas. Com a truculência da polícia mais pessoas se juntaram ao acampamento.



Confira três vídeos [1] [2] [3] e fotos que revelam a truculência da PM

Comunicação MCP

sábado, 31 de março de 2012

Banco bilionário tenta despejar camponeses pobres em Catalão

Banco bilionário tenta despejar camponeses pobres em Catalão

O Movimento Camponês Popular (MCP) manifesta à opinião pública sua indignação diante da total parcialidade da Justiça e da forma insensível que família camponesa é tratada. Com apoio da Justiça, o banco Itaú, que ano passado obteve mais de 13 bilhões de reais de lucro, está tirando a terra de camponeses pobres, em Catalão (GO), no sudeste do estado, a 255 km de Goiânia. Na propriedade, que fica na comunidade Ribeirão, a 6 km da cidade de Catalão, mora o casal João e Elvira e dois filhos.
Ontem (29), um oficial de justiça, juntamente com polícia militar, foi à propriedade com mandado de reintegração de posse e com isso promover o despejo da família. Para impedir a ação, o Movimento Camponês Popular (MCP), juntamente com alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG), campus Catalão, montou há três dias, na área, acampamento com mais de 100 pessoas. Devido ao número de pessoas na propriedade ser maior que 30, a reintegração de posse não pôde ser realizada, pois foi necessário remeter o assunto ao gabinete de crise, em Goiânia.
O acampamento vai permanecer montado até o final do desdobramento do caso, para isso foi elaborado um esquema de revezamento de pessoas que vão permanecer na área para dar apoio à família e impedir que seja realizado o despejo. Desde ontem o clima é de tensão, várias pessoas foram ameaças, inclusive um repórter que cobria a ação. O bispo da diocese de Ipameri, Dom Guilherme Werlang, foi ao local para acompanhar o caso e evitar o agravamento da situação.

Entenda o caso
Em 1997, o camponês João fez financiamento com o Banco do Estado de Goiás (BEG) para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Com a aquisição do BEG pelo Itaú, em 2001, a dívida migrou de banco. Devido a problemas de saúde de um dos filhos, o camponês não conseguiu pagar a dívida. O advogado, contratado pela família para negociar com o banco, perdeu os prazos de negociação e não informou os camponeses sobre o andamento do caso.
A família não foi avisada que a terra iria a leilão. A propriedade avaliada em 500 mil reais foi comprada, em leilão, pela metade do valor. A área é pequena, mas a qualidade do solo e abundância de água justifica o valor. No final do ano passado, João foi informado sobre o andamento do processo e que logo seria emitido mandado de reintegração de posse.
A família, ao ser informada sobre o andamento do caso, propôs negociação com o banco para garantir sua permanência na terra. Mas, o Itaú insiste em não dialogar com João e Elvira. A família não tem para onde ir e tampouco para onde levar sua pequena criação de animais. O grupo de advogados Cerrado assumiu o caso.
Diante desta situação, o MCP denuncia o desrespeito com que a família está sendo tratada, tanto pelo banco Itaú, quanto pela Justiça. O movimento não aceita a obscuridade com que foi realizado o leilão da terra, há indícios de ilegalidade no caso. O que se sente ao ver uma decisão como essa é que estão em jogo interesses não explícitos. É lamentável a ineficiência do Estado em relação aos preceitos da Justiça Social, ficando mais uma vez fica claro de que lado a Justiça se posiciona quando os envolvidos são grupos ricos e o povo do campo. O MCP agradece a mobilização do povo de Catalão, principalmente, dos estudantes da região, que rapidamente se organizaram para impedir o andamento dessa ação impetuosa.

Goiânia, 30 de março de 2012.
Movimento Camponês Popular

Por soberania alimentar e poder popular!