Depois
de uma paródia da “Última Ceia”, com uma encenação blásfema, sacrílega, e que
gerou a perda de diversos patrocinadores, como, por exemplo, uma das maiores
empresas de telefonia móvel e internet de fibra óptica dos Estados Unidos, a “C
Spire”, cinicamente, o diretor artístico do evento, Thomas Jolly, afirmou que a
performance foi inspirada em outra obra e buscou criar uma saída estratégica, muito
bem explorada para se defenderem das críticas que, com certeza, já esperavam
que surgiria. A ideologia woke desde sempre faz esse tipo de encenação ofensiva
aos cristãos e, sobretudo, à Igreja Católica. Basta se lembrar de diversas
cenas de marchas do orgulho gay, carnavais, exposições culturais, fotos e montagens
com a mesma cena ou a cena da crucificação como uma provocação. Em um
verdadeiro circo de horrores reivindicam respeito, mas desrespeitam e agem com
intolerância.
A
obra "A festa dos deuses" foi pintada em 1630 pelo pintor holandês
Jan Harmensz van Bijlert, muito depois da pintura da "Última Ceia", pintada
em 1498 por Leonardo da Vinci. Pela cronologia das pinturas, o contexto histórico,
e as referências, enquadramento e posicionamento dos personagens na obra de
Biljert, claramente se percebe que sua obra foi inspirada na pintura da
"Última Ceia". A obra de da Vinci é conhecida mundialmente e cópias
dela se espalharam rapidamente ainda no Séc. XV. Além da renomada pintura de Leonardo
da Vinci, outras diversas obras similares existem anteriores e posteriores à
dele e que também remetem à cena da Última Ceia de Cristo com seus discípulos,
momento de sua despedida e instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Já a obra
de Biljert é pouco conhecida fora dos círculos especializados em arte.
Quando
se faz algo em qualquer evento e, muito mais em um evento gigantesco como a
abertura de Olímpiadas, se quer comunicar algo e, ao se comunicar algo, se
espera ser compreendido. Há, portanto, um diálogo entre emissor da mensagem e o
receptor da mesma, que depois traz um feedback. E, sim... eles sabiam sim as
repercussões que surgiriam, pois não são iniciantes ou amadores e queriam “causar”
com o seu escárnio e a imagem obscena retratada.
Você
realmente acredita que eles não sabiam o que ocorreria? Eles sabiam muito bem
e, ou foram covardes e incapazes de sustentarem a sua crítica ou já tinham
preparada a narrativa para aplicar sua retórica aos que se ofendessem e fossem
contra o que fizeram, transferindo para eles a pecha de ignorantes e de não
saberem distinguir uma coisa de outra. Assim, nessa falsa narrativa retórica, o
erro não seria da comissão da abertura da Olimpíada Paris 2024, mas dos
católicos e outros grupos cristãos que “não entenderam” e, por “ignorância”, se
ofenderam. Embora, o enquadramento da cena, o posicionamento dos artistas, e a
espécie de auréola na cabeça do artista posicionado no centro remetem
claramente a Jesus Cristo e à "Última Ceia" e não à "Festa dos
Deuses".
De
algum modo, o que se quer demonstrar é que o “crucificado” foi superado e que
Dionísio/Baco voltou. A festa pagã da volúpia, do embriagar-se dos prazeres
mundanos triunfa como uma suposta vitória sobre os valores cristãos. E o que
fizeram foi sim desrespeitoso, uma zombaria e blasfêmia contra Nosso Senhor
Jesus Cristo, e não trouxe nada de tolerância. A ação promove uma ofensa à
Jesus, à Santa Missa instituída no dia da Última Ceia, ao sacerdócio e à
própria Eucaristia. Já celebrei uma missa em reparação e desagravo à ofensa
contra nosso Senhor e irei celebrar outras 6 missas nessa intenção.
Se,
pensando hipoteticamente, Thomas Jolly tinha a intenção de abordar o imaginário
da cena da pintura “Festa dos deuses”, ele falhou miseravelmente como comunicador
e como diretor artístico, pois, como emissor da mensagem, não se fez
compreendido pelos receptores, todos que tem um mínimo de conhecimento da
imagem entenderam como a cena da pintura da “Última Ceia”. Mas a retórica de
Thomas Jolly não é a verdade, mas apenas uma narrativa defensiva e o palco do
evento que deveria promover a união de todas as nações foi usado de modo
ideológico e acabou transmitindo ofensa e ataque. Agora, covardemente, eles vêm
com essa justificativa débil. Essa afirmação é uma forma que criaram para se
defenderem, todavia esqueceram de combinar a narrativa com a DJ e artista,
Bárbara Butch, que era a figura central, na posição de Cristo e com o
resplendor, símbolo da santidade, em sua cabeça, pois ela, logo depois da
apresentação, compartilhou nos stories do seu Instagram, uma montagem da imagem
da foto da apresentação das olimpíadas com a imagem da “Última Ceia” de da
Vinci, com a seguinte legenda: “OH YES! OH YES! THE NEW GAY TESTAMENT!”
(“SIM! SIM! O NOVO TESTAMENTO GAY!”). Em outro story, ela se chama a si
mesma de “Jesus Olímpico” e ainda afirma que Jolly deveria ser “presidente do
mundo”.
A
última ceia era uma prefiguração da mesa do Reino, assim como hoje cada missa prefigura
a mesa e o banquete do Reino dos Céus, onde se sentarão aqueles que aceitaram o
convite de seguir e configurar suas vidas a Cristo, mas, não nos enganemos, nem
todos se sentarão nessa mesa, pois em suas vidas o rejeitaram, e zombaram dele
como aqueles que lhe dirigiram as cusparadas ao longo de sua Via Crucis.
Att.
Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz
A conferência dos bispos da França se posicionou se manifestou contrária a apresentação das apresentações na abertura das Olimpíadas de Paris. A Conferência entendeu muito bem o significado daquilo que queriam expressar. Artistas e personalidades, bem como pessoas comuns, espalhadas pelo mundo inteiro, também entenderam muito bem. E, da mesma forma, se manifestaram contrários a atitude da equipe de organização dessas apresentações artísticas e culturais que foram blásfemas, sacrílegas e ofensivas. No entanto, como de costume, estão acostumados a querer inverter a ordem das coisas. E, curiosamente, aqueles que causaram as ofensas não reconheceram o erro e acabaram tratando os que foram ofendidos como aqueles que estão errados, pois segundo eles não souberam interpretar o que queriam expressar. Soubemos sim... todos soubemos. O Bispo do vídeo abaixo (dublado por inteligência artificial), Dom Roberto Barron, também soube interpretar bem o ocorrido e se expressou e manifestou o seu pesar, fazendo uma análise da realidade atual da sociedade global, sobretudo a francesa: