sábado, 2 de janeiro de 2010

O Carro de Boi..





O “Carro de Boi” faz parte da história e da cultura do povo sertanejo, especialmente aqui em nosso Estado, falar de carro de boi é evocar a memória uma nostalgia de um tempo que passou, mas que deixou saudades.

O mesmo pode se comprovar em várias letras de músicas de cantores famosos que evocam a imagem do Carro de Boi em suas composições. Até hoje as romarias à cidade de Trindade são feitas, em grande parte, por romeiros que chegam a andar 200, 300 km com suas famílias em um Carro de Boi. Para tanto, foi criado em Trindade o Carreiródromo, onde os Carreiros expõem e desfilam com seus Carros de Boi.

Tive a oportunidade de ver esse Carro de boi em miniatura, feito artesanalmente por um artista de Campo Alegre de Goiás, colocado no presépio da paróquia de lá. Nada mais regionalista e que incultura uma realidade de toda a região.

Feito em uma base de madeira, os bois e o carreiro, aparentemente, são feitos de biscuit, o carroção é feito em madeira e palha trançada.

Todo cheio de pequenos detalhes o Carro de boi ficou encantador.




Algumas composições:

Carro De Boi - Compositor(es): donizete Santos/ronaldo Viola)
Olhando um carro de boi
Eu fiz a comparação
Comparei a minha vida
A um velho carretão
O meu lamento é igual
Ao gemido de um tocão
Que sai pelo chão do mundo
Gemendo na ingratidão

REFRÃO:
Carro de Boi
Que levou carga pesada
Meu peito também carrega
Saudade da minha amada (bis)

As rodas do velho carro
Deixaram marcas no chão
De um passado bem distante
Que hoje é recordação
Assim é minha vida
Nas marcas da ilusão
Sou roda que ainda roda
Na estrada solidão

REFRÃO...
Mas esse carro de boi
Mão pode mais carrear
Madeira velha e quebrada
Não serve pra trabalhar
Eu também estou sentindo
A minha força acabar
O tempo é o carreiro
Que em breve vai me encosta


Viola e o Carro de Boi - Compositor(es): Braz Aparecido E Tonico E Tinoco

Na viola e na cantoria,
Eu sou mesmo respeitado
Eu tenho um carro de boi,
Levo as coisas no mercado.
No rancho não falta nada,
Um dinheirinho guardado
Ganhei com minha viola
E os produtos do roçado.

Eu vivo com a natureza
E creio em Deus no espaço,
Dificuldade na vida
Há muito tempo não passo.
Estou sempre trabalhando
Com o meu punho de aço,
A viola encomendo
O carro eu mesmo faço.

A coisa que eu mais gosto
Viola bem afinada,
Um carro de boi cantando
Puxando carga pesada.
O meu cavalo criolo
E as vacas na invernada
Mulher e quatro filhinhos
Enfeitam a minha morada.

Com a viola e o carro de boi
Eu fiz meus filhos estudar.
Dois se formaram doutor
Morando na capital:
A Rita e a Mariazinha,
Professoras do arraial
Cresceram ouvindo a vióla
E o carro de boi cantar.

Eu sou caboclo da roça
Fartura eu tenho bastante,
A cabocla na palhoça
Me alegra a todos instantes.
Pedaço de terra boa
Sou devoto confiante
Só peço à Deus que me ajude
Tocar a vidinha pra diante.



Carro de Boi - Milton Nascimento - Composição: Maurício Tapajós e Cacazo
Que vontade eu tenho de sair
Num carro de boi ir por aí
Estrada de terra que
Só me leva, só me leva
Nunca mais me traz
Que vontade de não mais voltar
Quantas coisas eu vou conhecer
Pés no chão e os olhos vão
Procurar, onde foi
Que eu me perdi
Num carro de boi ir por aí
Ir numa viagem que só traz
Barro, pedra, pó e nunca mais


Carro de Boi - de Sibha Terrero

Antena cravada na razão
Deleto teu rancor na madrugada
Navegando vou
Serei a curva da estrada
Navegando vou
Me comunico em ondas
Garrafa no mar
Pela rede acesso
Teu melhor desejo
Carro de boi
Carro de boi, boiada
Deixa passar
Vem cá, pra cá
Brincar no site
É o arco íris
Da hi-tec pelo ar
Vem cá, pra cá
Brincar com o boi
Boi de mamão
Um microchip
Batizando inspiração
Ê...ê...ê boi
Carro de boi, boiada
Toco via Láctea voraz
Eu vim vem pra cá
Solidão deixa lá


Boi de Carro - Catuaba com Amendoim

Fui buscar um boi de carro
Que estava na prisão
Pra levar pra matadouro
A pedido do patrão

Quando eu joguei o laço,
O animal pra mim olhou,
O que ele me falou
Foi de cortar o coração (bis)

Me disse assim portador,
Destino triste é o meu,
Eu não sei por qual motivo
O meu patrão me vendeu,

Ajudei a tanta gente
Fui escravo do roçado,
Depois de velho e cansado,
Ninguém me agradeceu, (bis)

Ao lado do boi vapor,
O meu primeiro parceiro
Só puxava o carro cheiro,
Obedecendo ao carreiro,

Na passagem do riacho,
Me ajoelhava no barro,
Ou desatolava o carro,
Ou quebrava o tanoeiro (bis)

Quem trabalhava comigo,
Batia por desaforo,
Cortava meu corpo inteiro
Com um chicote de couro,

Invés de me libertar,
Para morrer no cercado
Meu sangue vai ser jorrado,
Nas tábuas de um matadouro...

5 comentários:

  1. Oi
    Também acho interessante a história dos carros de boi na história de cada Estado.Sabe,eu moro em Minas Gerais e aqui esse veículo é parte do patrimônio cultural do Estado,como por exemplo na minha cidade Itabira.Também acho que as músicas inspiram essa essência da simplicidade do carro de boi,isso só ajuda há mostrar e valorizar a cultura dos mais antigos,não é!Gostei da sua abordagem a música.É sempre bom lembrar os elementos que compõe a história de um Estado.Eu também me interesso pelos carros de boi,no meu blog eu fiz peças que representam o meu ponto de vista deles.Se você se interessar em ver os trabalhos o Link é este:
    http://itaarte.blogspot.com/p/carro-de-boi2.html
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Com toda a certeza Goiás e Minas compartilham um bojo cultural e histórico imenso. É como se tivessem sido embalados em um mesmo berço. Não é a toa que tantos costumes, parte do sotaque e das expressões são comuns.

    Quanto ao carro de Boi é mais um entre tantas coisas compartilhadas. Sendo que aquele som do carro cantando nas estradas poeirentas despertam em mineiros e goianos do interior aquela viva nostalgia de um tempo que se foi, mas que produziu marcas profundas e duradouras.

    Um grande abraço...

    ResponderExcluir
  3. eu gostei muito de visitar seu blog, é interesante! e suas postagens resgata a nossa cultura,parabéns!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  4. Obrigado, Cristina!
    Carrego vivas em mim as tradições de nosso povo. E sempre é bom reverenciar o passado, fazendo memória daquilo que um dia foi o progresso, mas que, mesmo sendo ultrapassado por coisas mais modernas, são conservados como valores sentimentais, familiares e históricos!

    Um grande abraço...

    ResponderExcluir
  5. O carro de boi faz parte da história de vida da nossa família. O meu avô, meus tios e meu pai ja trabalharam muito utilizando o carro de boi. Lembro que quando era criança andava com meu pai no carro de boi e pra mim não tinha nada melhor...Ainda temos o carro de boi guardado na fazenda. Abraços..Cristiane Peixoto

    ResponderExcluir