sábado, 17 de maio de 2025

O PÊNDULO DOS TEMPOS: IDAS E VINDAS DOS EXCESSOS TEOLÓGICOS




Por Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz

            A história sempre é cíclica e tem uma oscilação do pêndulo da história de um extremo a outro. A filosofia nos mostra que o caminho do meio é o caminho do equilíbrio. Não devemos estar nos extremos. Também a teologia nos fala que aquilo que falta ou aquilo que passa pode gerar pecado. Demais ou de menos pode ser uma realidade problemática em nossa vida.

Antigamente, haviam uma forte influência de uma teologia da libertação de linha teológica de índole marxista e ela ainda existe. Ainda que com menor força e expressão, mas com ferrenhos defensores ainda. Por outro lado, hoje há alguns grupos de católicos sem maior profundidade em algumas áreas teológicas da Igreja que veem teologia da libertação em tudo. Basta citar algo do Compêndio da Doutrina Social da Igreja e já vão dizer que aquilo é teologia da libertação, que a pessoa que está afirmando o que nele está contido é de esquerda, etc. Puro desconhecimento do rico tesouro da Doutrina Social da Igreja, contido dentro desse Compêndio.

 



O Compêndio da Doutrina Social da Igreja é um documento que reúne e sistematiza os ensinamentos da Igreja sobre questões sociais, políticas e econômicas, com o objetivo de fornecer uma base para a reflexão e ação dos cristãos no mundo, em vista de construir uma civilização do amor. A sua criação foi inspirada por São João Paulo II, que desejou uma compilação clara e acessível da Doutrina Social da Igreja. O Compêndio foi elaborado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz e publicado em 2005, aprovado pelo Papa. 

Alguns que se situam nesse âmbito mais crítico sobre qualquer questão toque o termo “social” até chegam em sua ignorância a dizer que o "Não existe pecado social. Existe pecado pessoal". Sim, de fato, os pecados são pessoais, é sempre uma pessoa que peca, mas os pecados das pessoas podem gerar estruturas de pecado, que constituem um pecado social e que induzem e até influenciam as pessoas pecar. Portanto, existe sim o pecado pessoal e também o pecado social gerado por ele. Uma coisa é certa, ninguém é fruto do meio, mas o meio influencia sim a pessoa e induz a sociedade para o bem ou para o mal. Sobre isso, afirma o Catecismo:

Assim, o pecado torna os homens cúmplices uns dos outros e faz com que a concupiscência, a violência e a injustiça reinem entre eles. Os pecados dão origem a situações e instituições sociais contrárias à bondade divina. 'Estruturas de pecado' são a expressão e o efeito de pecados pessoais. Elas levam suas vítimas a praticar o mal, por sua vez. Em sentido análogo, constituem um 'pecado social' (Catecismo da Igreja Católica, Nº 1869).

 

O Compêndio da Doutrina Social da Igreja fala que:

Alguns pecados, ademais, constituem, pelo próprio objeto, uma agressão direta ao próximo. Tais pecados, em particular, se qualificam como pecados sociais. É igualmente social todo o pecado cometido contra a justiça, quer nas relações de pessoa a pessoa, quer nas da pessoa com a comunidade, quer, ainda, nas da comunidade com a pessoa. É social todo o pecado contra os direitos da pessoa humana, a começar pelo direito à vida, incluindo a do nascituro, ou contra a integridade física de alguém; todo o pecado contra a liberdade de outrem, especialmente contra a suprema liberdade de crer em Deus e de adorá-l’O; todo o pecado contra a dignidade e a honra do próximo. Social é todo o pecado contra o bem comum e contra as suas exigências, em toda a ampla esfera dos direitos e dos deveres dos cidadãos. Enfim, é social aquele pecado que «diz respeito às relações entre as várias comunidades humanas. Estas relações nem sempre estão em sintonia com a desígnio de Deus, que quer no mundo justiça, liberdade e paz entre os indivíduos, os grupos, os povos» (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, Nº 118).

 

 



 

Quanto à questão da política, é bom lembrar que “tudo é política, ainda que a política não seja tudo”. Quando nos posicionamos enquanto Igreja contra o aborto, contra a ideologia de gênero, contra o racismo, a discriminação social, ou outras realidades que ferem os valores do Evangelho, estamos sempre fazendo política. Pois isso também é política pública, essas realidades demandam leis a favor ou contrárias. Esperamos que sejam contrárias. Também ocorre o mesmo, mas em sentido positivo, quando nos posicionamos a favor da família, da vida, dos direitos humanos, do trabalhador, na defesa do meio ambiente, etc. Por isso, todo posicionamento não é mera defesa teológica da fé, mas também um posicionamento social e político. E defender esses valores à custo da perseguição, difamação, deboche, é também assumir a missão de Cristo e da Igreja de transformar a sociedade de dentro dela, à exemplo da parábola do fermento que leveda a massa e a muda. Tão pequeno e que a faz crescer, fazendo a diferença inserido dentro dela.

Diante do risco de interpretações equivocadas e críticas injustas, devemos estar atentos às filigranas de termos teológicos, ou seja, os pequenos detalhes que fazem toda a diferença na interpretação e no sentido daquilo que se combate ou defende. Concordo com a reflexão, sou contrário à TL de índole marxista, mas não podemos ficar vendo esse modelo de Teologia da Libertação em qualquer termo ou ação que vise a justiça social, descuidando daquilo que também faz parte do mais básico do Evangelho que é a prática da caridade e a busca de transformação da nossa realidade. Olhar para a "cidade de Deus", sem perder os olhos da "cidade dos homens" (Cf. Sto. Agostinho), ou seja, buscar as coisas do alto, mas sem descuidar das nossas responsabilidades e da missão de amar e servir os mais pequeninos de Jesus. 





Jesus assumiu tudo que era próprio da nossa humana. Como diz a teologia, "Só pode ser redimido aquilo que é assumido". Não há como olharmos realidades que firam a dignidade do ser humano e ficarmos de braços cruzados a assistir. Sem descuidar da Salvação, precisamos também lutar para transformar essas realidades ou ouviremos do "Divino Mestre": ""Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram’. "Eles também responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?’ “Ele responderá: ‘Em verdade vos digo: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo’ (Mt 25, 41-45).

 


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

“CONFORTARE ESTO VIR”

 



Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz 

Fidelidade, respeito e lealdade hoje são conceitos e práticas de poucos. Sobretudo na área da política. Enquanto tantos agem às avessas, permaneçamos perseverantes e constantes na hombridade própria de quem honra seus princípios e valores. 


Como diz a passagem bíblica: “CONFORTARE ESTO VIR”: “Sê corajoso, porta-te como homem (1Rs 2,2).” A velha história de manter a palavra dada, da época que o fio de bigode valia algo, o apoiar nos momentos difíceis é próprio de quem tem caráter, de quem é homem e não moleque. 


Hoje vemos uma direita feita de muitos moleques imberbes e sem palavra. Que surfam ao lado de pessoas que os alcem a cargos políticos e de poder nas boas ondas, mas que viram as costas ou se tornam indiferentes nos momentos de maré baixa. 


Verdadeiros canalhas e traíras que agem deliberamente em busca de fortalecer e promover a si mesmos e não o grupo político.  E estes são acompanhados de sua massa de manobra que na sua burrice se acha o suprassumo da inteligência e mal entendem de qualquer estratégia e planejamento de longo prazo. São ansiosos e imediatistas, que se enganam  ainda vivendo na base do discurso de "tic tac".

Na sua imaturidade, independente de idade, ficam por aí arrotando seu besteirol, propondo ideias impossíveis e mirabolantes. Se autosabotando, voltando-se contra quem pode ser um ponto de unidade e que liderou e que tem liderado toda a ação real contra esse sistema sujo, corrompido e corruptor. 

Coragem hoje é continuar o mesmo, quando outros mudam tão facilmente, como o mudar a música ou conforme a direção do vento. Pra quem tem paciência, base e raízes sólidas isso não é difícil, mas pra esses ansiosos e imediatistas de plantão isso é uma missão quase impossível.

domingo, 18 de agosto de 2024

FINALIZANDO O DOMINGO COM O JESUS DO SBT.


FINALIZANDO O DOMINGO COM O JESUS DO SBT.

 

Nas décadas de 80 e 90, a famosa vinheta de Jesus Cristo exibida sempre aos domingos no encerramento do programa "Porta da Esperança", apresentado por Sílvio Santos no SBT trazia a bela mensagem: “Paz, amor, fé, esperança, luz e união não são apenas palavras. Você tem certeza que já fez tudo que podia pelo seu semelhante? Pense bem, pois um dia vamos nos encontrar. E eu gostaria muito de poder chamá-lo de MEU FILHO!”.

 

O texto acima era narrado em off por Ramos Calhelha, especialista em trailers de filmes, tendo por fundo musical a canção "Entends-tu Les Chiens Aboyer", de Vangelis, e na cena a presença de um jovem caracterizado como Jesus, interpretado por um estudante paulista de Mogi das Cruzes, encontrado ao acaso pelo produtor Daniel Laureno Junior em uma rodoviária do Tietê. Apesar de ser bela e motivadora a mensagem, muitas crianças ficavam com medo e reflexivas com a mensagem, sobretudo quando diz: “Pense bem, pois um dia vamos nos encontrar”. A mim me fazia refletir bastante sobre fé e valores, a exemplo da mensagem que passava diariamente na “Hora do Ângelus”, da TV Anhanguera de Goiânia, retransmissora da TV GLOBO, com texto de Javier Godinho e voz de José Divino.

 

A vinheta havia sido criada para ser uma mensagem de Natal feita pelo SBT, mas que foi posteriormente utilizada de modo contínuo pela produção do programa. A meu ver, a mensagem era bonita e encerrava de forma bastante positiva a Porta da Esperança, um quadro que realizava sonhos e emocionava os telespectadores que muitas vezes se imaginavam na mesma circunstância.

 

Nesse momento em que para muitos se vive o luto da morte do empresário e apresentador Sílvio Santos, sua morte e qualquer outra morte nos faz refletir sobre esse encontro que um dia chegará para todos futuramente, mas, sobretudo, nos faz refletir sobre o agora, sobre o como estamos vivendo com nossos semelhantes, sobre que tipo de pegadas temos deixado nessa terra. Que Deus tenha misericórdia da alma do Sílvio Santos e que, entre seus erros e acertos, receba junto a Si aquele que alegrou e entreteve gerações de brasileiros.

 

RIP – Riquiescat in Pacen – RIP

Senor Abravanel – “Sílvio Santos”: * 12/12/1930 - + 17/08/2024.

 

Att. Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz

 

 


quinta-feira, 1 de agosto de 2024

OFENSAS, BLASFÊMIAS E COVARDIA



Depois de uma paródia da “Última Ceia”, com uma encenação blásfema, sacrílega, e que gerou a perda de diversos patrocinadores, como, por exemplo, uma das maiores empresas de telefonia móvel e internet de fibra óptica dos Estados Unidos, a “C Spire”, cinicamente, o diretor artístico do evento, Thomas Jolly, afirmou que a performance foi inspirada em outra obra e buscou criar uma saída estratégica, muito bem explorada para se defenderem das críticas que, com certeza, já esperavam que surgiria. A ideologia woke desde sempre faz esse tipo de encenação ofensiva aos cristãos e, sobretudo, à Igreja Católica. Basta se lembrar de diversas cenas de marchas do orgulho gay, carnavais, exposições culturais, fotos e montagens com a mesma cena ou a cena da crucificação como uma provocação. Em um verdadeiro circo de horrores reivindicam respeito, mas desrespeitam e agem com intolerância.

A obra "A festa dos deuses" foi pintada em 1630 pelo pintor holandês Jan Harmensz van Bijlert, muito depois da pintura da "Última Ceia", pintada em 1498 por Leonardo da Vinci. Pela cronologia das pinturas, o contexto histórico, e as referências, enquadramento e posicionamento dos personagens na obra de Biljert, claramente se percebe que sua obra foi inspirada na pintura da "Última Ceia". A obra de da Vinci é conhecida mundialmente e cópias dela se espalharam rapidamente ainda no Séc. XV. Além da renomada pintura de Leonardo da Vinci, outras diversas obras similares existem anteriores e posteriores à dele e que também remetem à cena da Última Ceia de Cristo com seus discípulos, momento de sua despedida e instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Já a obra de Biljert é pouco conhecida fora dos círculos especializados em arte.

Quando se faz algo em qualquer evento e, muito mais em um evento gigantesco como a abertura de Olímpiadas, se quer comunicar algo e, ao se comunicar algo, se espera ser compreendido. Há, portanto, um diálogo entre emissor da mensagem e o receptor da mesma, que depois traz um feedback. E, sim... eles sabiam sim as repercussões que surgiriam, pois não são iniciantes ou amadores e queriam “causar” com o seu escárnio e a imagem obscena retratada.

Você realmente acredita que eles não sabiam o que ocorreria? Eles sabiam muito bem e, ou foram covardes e incapazes de sustentarem a sua crítica ou já tinham preparada a narrativa para aplicar sua retórica aos que se ofendessem e fossem contra o que fizeram, transferindo para eles a pecha de ignorantes e de não saberem distinguir uma coisa de outra. Assim, nessa falsa narrativa retórica, o erro não seria da comissão da abertura da Olimpíada Paris 2024, mas dos católicos e outros grupos cristãos que “não entenderam” e, por “ignorância”, se ofenderam. Embora, o enquadramento da cena, o posicionamento dos artistas, e a espécie de auréola na cabeça do artista posicionado no centro remetem claramente a Jesus Cristo e à "Última Ceia" e não à "Festa dos Deuses".

De algum modo, o que se quer demonstrar é que o “crucificado” foi superado e que Dionísio/Baco voltou. A festa pagã da volúpia, do embriagar-se dos prazeres mundanos triunfa como uma suposta vitória sobre os valores cristãos. E o que fizeram foi sim desrespeitoso, uma zombaria e blasfêmia contra Nosso Senhor Jesus Cristo, e não trouxe nada de tolerância. A ação promove uma ofensa à Jesus, à Santa Missa instituída no dia da Última Ceia, ao sacerdócio e à própria Eucaristia. Já celebrei uma missa em reparação e desagravo à ofensa contra nosso Senhor e irei celebrar outras 6 missas nessa intenção.

Se, pensando hipoteticamente, Thomas Jolly tinha a intenção de abordar o imaginário da cena da pintura “Festa dos deuses”, ele falhou miseravelmente como comunicador e como diretor artístico, pois, como emissor da mensagem, não se fez compreendido pelos receptores, todos que tem um mínimo de conhecimento da imagem entenderam como a cena da pintura da “Última Ceia”. Mas a retórica de Thomas Jolly não é a verdade, mas apenas uma narrativa defensiva e o palco do evento que deveria promover a união de todas as nações foi usado de modo ideológico e acabou transmitindo ofensa e ataque. Agora, covardemente, eles vêm com essa justificativa débil. Essa afirmação é uma forma que criaram para se defenderem, todavia esqueceram de combinar a narrativa com a DJ e artista, Bárbara Butch, que era a figura central, na posição de Cristo e com o resplendor, símbolo da santidade, em sua cabeça, pois ela, logo depois da apresentação, compartilhou nos stories do seu Instagram, uma montagem da imagem da foto da apresentação das olimpíadas com a imagem da “Última Ceia” de da Vinci, com a seguinte legenda: “OH YES! OH YES! THE NEW GAY TESTAMENT!” (“SIM! SIM! O NOVO TESTAMENTO GAY!”). Em outro story, ela se chama a si mesma de “Jesus Olímpico” e ainda afirma que Jolly deveria ser “presidente do mundo”. 





A última ceia era uma prefiguração da mesa do Reino, assim como hoje cada missa prefigura a mesa e o banquete do Reino dos Céus, onde se sentarão aqueles que aceitaram o convite de seguir e configurar suas vidas a Cristo, mas, não nos enganemos, nem todos se sentarão nessa mesa, pois em suas vidas o rejeitaram, e zombaram dele como aqueles que lhe dirigiram as cusparadas ao longo de sua Via Crucis.

Att. Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz



A conferência dos bispos da França se posicionou se manifestou contrária a apresentação das apresentações na abertura das Olimpíadas de Paris. A Conferência entendeu muito bem o significado daquilo que queriam expressar. Artistas e personalidades, bem como pessoas comuns, espalhadas pelo mundo inteiro, também entenderam muito bem. E, da mesma forma, se manifestaram contrários a atitude da equipe de organização dessas apresentações artísticas e culturais que foram blásfemas, sacrílegas e ofensivas. No entanto, como de costume, estão acostumados a querer inverter a ordem das coisas. E, curiosamente, aqueles que causaram as ofensas não reconheceram o erro e acabaram tratando os que foram ofendidos como aqueles que estão errados, pois segundo eles não souberam interpretar o que queriam expressar. Soubemos sim... todos soubemos. O Bispo do vídeo abaixo (dublado por inteligência artificial), Dom Roberto Barron, também soube interpretar bem o ocorrido e se expressou e manifestou o seu pesar, fazendo uma análise da realidade atual da sociedade global, sobretudo a francesa:






 

 



segunda-feira, 11 de março de 2024

PROJETO LEI CULTURAL PAULO GUSTAVO - CUMARI-GO


A tradicional cultura das congadas, fenômeno da expressão religiosa do catolicismo popular e modo de expressão da cultura afro, se faz presente e instalada em Cumari há décadas. Trata-se do fenômeno cultural mais expressivo desse município e que conta com o apreço e a estima da população cumarina que todos os anos espera e anseia pelas festividades de N. Sra. do Rosário que aqui se repetem anualmente há 68 anos tradicionalmente.

Com a abertura da possibilidade de inscrições para o projeto cultural da lei cultural Paulo Gustavo que disponibilizaria recursos financeiros aos aprovados pelo projeto, foi montado um projeto cultural com o apoio da Paróquia São João Batista de Cumari-GO com a proposta de aquisição de tecidos e apetrechos para suas vestimentas, alguns instrumentos e a fabricação de outros próprios utilizados pelos ternos de Catupé Amarelo e Moçambique São Benedito de Cumari, os quais se fazem necessárias para melhor estruturar os dois ternos aqui fundados. O Catupé Amarelo com décadas de existência e o Moçambique São Benedito com 6 anos de existência e que há 6 festas de N. Sra. do Rosário já vem conduzindo a coroa de N. Sra., com o cortejo das congadas e do reinado e realizando o seu ritual de entrega da Coroa que abrilhanta esse momento tão esperado anualmente.

O presente projeto pretende então contribuir para com este grupo e seus dançadores e, desse modo, por conseguinte, com a cultura local da população de Cumari-GO.

 

a) OBJETIVOS DO PROJETO

O objetivo central seria:

1 - Confecção de instrumentos próprios: “gungas”, “patagongas”, caixas/tambores.

2 - Aquisição de tecidos para a confecção das vestimentas próprias do uniformes dos ternos.

3 - Melhorar a estrutura dos dois ternos para manter essa tradição cultural, religiosa e folclórica de nosso município aqui enraizada há 68 anos.


b) METODOLOGIA:

Assim sendo, o projeto contratou a fabricação artesanal dos tambores (caixas) com o auxílio de dançadores que já tem a prática e o costume de os fabricar. Outros instrumentos típicos como os pandeiros podem ser encontrados a venda em lojas de instrumentos musicais. Instrumentos como as “gungas” (latas com esferas que ficam nos tornozelos dos dançadores) e também as “patagongas” (pratos com esferas que são chacoalhados) já existem alguns artesões que os fazem para a venda. Além da aquisição dos tecidos para a confecção das vestimentas próprias do terno de Moçambique e com as cores verde e branco que o distinguem e para o terno de Catupé Amarelo com as cores amarela e preta, que o distinguem.

c) EXECUÇÃO DA CONTRAPARTIDA

O projeto previa sua execução final com a contrapartida já realizada em janeiro, mas, devido às chuvas e também o período de férias, não foi possível executar no mês de janeiro a contrapartida.

Remarcou-se para fevereiro, dia 04/02, no entanto, houve uma situação grave de saúde com um dos membros do terno de congo do Catupé Amarelo que teve infecção generalizada que virou septicemia. Esteve internado em Uberlândia entre a vida e a morte na véspera da data que estava marcado, e eles não estavam com cabeça e nem ânimo para fazer a apresentação naquele momento. Graças a Deus, o que parecia impossível se realizou, pois contra os prognósticos dos médicos, que diziam que ele podia morrer a qualquer momento, ele se recuperou e recebeu alta.


Banner de divulgação anterior à apresentação.


Após essa situação, a data das apresentações ficou definida novamente para 10/03 e, enfim, foi executada a contrapartida. À qual foi em parte transmitida ao vivo em live pelo perfil do instagram do pároco da Paróquia São João Batista de Cumari, dos quais seguem os links e das fotos abaixo:

LIVES

Vídeo 1:

https://www.instagram.com/reel/C4WNgdjpfw8/?igsh=MjZkYWMwYW1iaXAw

Vídeo 2:

https://www.instagram.com/reel/C4WL2DFpU7A/?igsh=MTNzaHJ1dDZpN3gwcA==

Vídeo 3:

https://www.instagram.com/reel/C4WJ4ZTJo4c/?igsh=NHI2M2ZpMjU2bjMy

Vídeo 4:

https://www.instagram.com/reel/C4WG9uKJmZK/?igsh=YXFqd3gzdTh3ZXpw


        FOTOS





























d) MATERIAIS ADQUIRIDOS PARA OS TERNOS DE CONGO E ENTREGUES NA MESMA DATA DA APRESENTAÇÃO

A tabela a seguir é a tabela do projeto já executado:

 

Descrição do item

Quantidade

Valor unitário

Valor total

Justificativa

Patagonga

6

R$150,00

R$900,00

São instrumentos e materiais necessários utilizados pelos ternos de congo

Gunga

8

R$162,00

R$1.296,00

Idem

Tambor/Caixa

3

R$500,00

R$1.500,00

Idem

Correias para uso nas Caixas

3

R$100,00

R$300,00

Idem

Pandeiros amarelos

5

R$33,21

R$165,05

Idem

Pandeiros pretos

10

R$25,29

R$257,91

Idem

Tecidos para Calças/saias -“Panamá Oxford”

273,10 mts de tecido

R$6,99 o mt

----------

Os tecidos são utilizados para confeccionar as “fardas”, indumentárias dos membros dos ternos de congadas.

Tecido para Camisa – “Cetim com Elástano”

224,70 mts de tecido

R$10,90 o mt

-----------

Idem

Valor total dos tecidos acima com o desconto dado pela loja

 

 

R$3.657,00

Idem

Total Geral

 

 

R$8.075,96

Idem